A onça Catita
Catita saiu da mata e foi pra cidade passear
A coitada da Catita não conseguia enxergar
Só conseguia ver vultos e não conseguia caçar
As onças da alcateia viviam a Catita zombar.
A mamãe onça caçava e a ela entregava
Catita comia, mas muito desperdiçava
Os olhos quase fechados, a ninguém encarava
A oncinha não sabia porque ela não enxergava.
Quando catita nasceu ela enxergava bem
Mas o tempo foi passando e ela não via ninguém
Só podia usar o faro e o instinto também
Resolveu sair sem rumo e foi pras terras do além.
Assim que chegou na cidade foi aquela correria
Uma onça à solta era o que ninguém queria
Chamaram até o xerife que era bom de pontaria
A onça abobalhada sem saber pra onde ia.
Alguém chamou os bombeiros para a onça prender
Até com onça presa, tinha gente a correr
Dizendo: - Valha-me Deus hoje eu não quero morrer
Foi gente pra todo lado, fugindo sem nada entender.
Um dos bombeiros falou que a onça era um filhote
Ela estava assustada, o homem agasalhou-a com seu capote
Notou que os olhos estavam igual perna de caçote
Deu-lhe, então, de beber um pouco de água do pote.
A onça foi levada para o veterinário examinar
Descobriu uma doença e teria que operar
Nesse momento a onça gemeu e da mesa quis saltar
Aplicaram uma anestesia até a bichinha desmaiar.
Quando catita dormiu, a cirurgia começou
Tudo com muito cuidado para ela não sentir dor
Depois de uma hora, a cirurgia terminou
Ficaram observando até que Catita acordou.
Após alguns dias, Catita foi observada
Tomava medicamentos e muito bem alimentada
Para se ter certeza que a oncinha estava curada
Passou a enxergar tudinho, essa tal onça pintada.