A LUA E O SOL
As árvores balançam gentis
Enquanto vagarosamente puxo os capins.
E observo o céu — azul e branco chapados.
Uma redoma finita, de limite tangível
não um céu infinito.
Vi o lado escuro da lua
E me espantei com suas alturas
Cantei à própria lua
E ela me respondeu com suas funduras.
O sol, líquido, se espalha
Por sobre toda a minha pele
E queima aos poucos com regozijo e falha
Em me amar, me fere.
Sinto seus raios e faço de mim sua morada
Uma de ritmos, aguadas e procelas.
Sinto seus ritmos e me faço
De seus braços estrela e fera.