Chuva
Chuva (José Carlos de Bom Sucesso – Academia Lavrense de Letras)
Lá fora cai a chuva
Com sabor de uva.
É dezembro,
Findou novembro.
Luzes natalinas são vistas
Lá do alto das pistas.
É início de verão
Onde dará alívio ao coração.
Mariazinha enfeita a varanda
Fazendo das luzes uma ciranda.
Ao lado está a fiel companheira Bubuca
A cadelinha ganha do Senhor Juca.
A goteira cai na calçada
Fazendo os pingos da chuva uma salada.
Atento o poeta observa
A palavra, sua serva.
Não se ouve o pássaro noturno cantar
Nem mesmo a coruja piar.
Somente o barulho das águas caindo
E para o rio, indo.
Um clarão,
Logo o trovão.
Assustou a velha Maria
Que debruçava a bacia.
O estrondo foi muito forte
E sentido na região Norte.
Assim a chuva vai caindo
Os adultos estão rindo.
O gato não pulou no muro
Pois o reboco não está duro.
A enxurrada vai descendo pela avenida.
Lá embaixo, muita gente temida,
Pois o aumento da água sem juízo
Poderá trazer prejuízo.
Assim, novembro vai acabando
Para o dezembro chegando.
A primavera dando seu lugar,
Para, no próximo ano, voltar.