INVERNO

INVERNO

O inverno só é triste

na aparência,

como a morte,

cuja tristeza é momentânea.

Há quem sinta

no inverno

uma saudosa alegria,

por lembrar-se

de quem já morreu,

e almeja

o reencontro

espiritual noutra vida.

Há no inverno,

uma tristeza que alimenta

a emoção sombria

que exala das noites e dias frios.

Mas não subtrai

a alegria

da luz espiritual

que se conserva no interior

das grotas úmidas.

Não cabe a ninguém,

portanto,

achar que o inverno

espalha tristeza,

apenas pelo aspecto aparente

de obscuridade,

que lhe predomina

nos dias e noites frias,

seja no interior

dos lares silenciosos,

ou no exterior das ruas desertas.

Todavia, no instante

em que a alma

poética se inspira

para compor esse poema

tão invernoso,

a tristeza se converte em alegria;

nos versos

que se comprazem

com o céu de emoção,

que se derrama

como sonho de chuva

na avalanche de neve

sobre as casas e ruas desertas.

Adilson Fontoura

Adilson Fontoura
Enviado por Adilson Fontoura em 18/11/2021
Código do texto: T7388469
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