Chuva abençoada

É madrugada...

Uma chuva fininha molha tudo levemente lá fora.

A terra agradece...

Toda a vegetação floresce.

Foi tanto tempo de secura...

A vida parecia tão escura...

A terra se quebrava em mil pedacinhos...

Era tanta a dor.

A fome... o pó.

O homem se sentia tão só.

O sol que rachava a pele.

O tempo a passar...

Nenhuma nuvem pra consolar.

O agreste...

Pobre do cabra da peste.

Só lhe restava esperar.

Balançava na rede.

Catava o pingo de água no fundo da cacimba.

Sua vida de rezas foi o que até ali o sustentou...

Esperança de que a chuva viesse nunca lhe abandonou.

Amanhã...

E o amanhã chegou.

Ao acordar verá a terra molhada que a chuva abençoada durante a noite regou.

Rosangela Calza
Enviado por Rosangela Calza em 17/11/2021
Código do texto: T7387346
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