Chuva abençoada
É madrugada...
Uma chuva fininha molha tudo levemente lá fora.
A terra agradece...
Toda a vegetação floresce.
Foi tanto tempo de secura...
A vida parecia tão escura...
A terra se quebrava em mil pedacinhos...
Era tanta a dor.
A fome... o pó.
O homem se sentia tão só.
O sol que rachava a pele.
O tempo a passar...
Nenhuma nuvem pra consolar.
O agreste...
Pobre do cabra da peste.
Só lhe restava esperar.
Balançava na rede.
Catava o pingo de água no fundo da cacimba.
Sua vida de rezas foi o que até ali o sustentou...
Esperança de que a chuva viesse nunca lhe abandonou.
Amanhã...
E o amanhã chegou.
Ao acordar verá a terra molhada que a chuva abençoada durante a noite regou.