MARÍTIMO

O mar é a coisa mais bela que eu tenho apreço nesse mundo

E nele pairam os mistérios mais incomuns, e as vidas mais únicas e brilhantes

Tanto vidas que jamais serão descobertas como a imensidão do profundo

E o eterno desaparecimento do que lá foi perdido, cidades, monumentos, diamantes

Eu corro atrás da vastidão do mar alto

Das ondas enormes e de enormes navios

Mais belo que as lagoas, os lagos, os rios

Vastidão infinita de azul cobalto

Em toda a sua enorme composição, milhões de mexilhões incrustam as pedras

E seres com nadadeiras, luzes e guelras

Lendas marítimas e mistérios são trazidos a mim na hora de contemplar

A maresia doce, que enferruja os carros, que traz o cheiro do mar

Eu me atraio pelo desconhecido, pelas ilhas remotas que aportam os barcos

Pelo meio do mar, onde não parece se ter saída, onde tudo é perigoso

Por grandes ondas, grandes ventos, pela força do mar, pelo silêncio impiedoso de onde desembarco

E eu vou atrás de tudo o que ele tem de misterioso

O engolidor azul escuro, da onde não vou me embora

Mesmo que eu saia, é lá onde o meu coração pertence

Eu corro pelas pressões marítimas

Pra observar feixes brilhosos e dispersos que em alguma hora

Sumirão pela escuridão da noite, tornando o mar escuro em suspense

Eu corro pelas tonalidades puras, legítimas

Me mostra a areia, meus pés, os peixes, e tudo mais o que há

Sem pensar no tédio horrível da cidade, apenas na paz eterna do nadar

Correntes de retorno, tomara que eu retorne para o mar

Como se eu pudesse ver a alma de um ser vivo

O mar transparente me cega com seu brilho incisivo

E no mar eu posso encontrar tudo o que é de desígnio

- A vida de paz que os humanos desejam

E não há nada mais belo que desfrutar de lá o sol poente

E, se algum dia tiver sorte, eu ainda verei uma Fata Morgana na minha frente

E verei trombas-d'água e redemoinhos sugando tudo por perto

Estarei de olho na paz e na tranquilidade desse deserto

Até mesmo as lesmas marítimas são mais bonitas

E os animais mais coloridos e interessantes não encontro aqui

Axolotes, vellelas, tubarões-martelo, dançarinos espanhóis e espécies mais esquisitas 

Esponjas-harpa, dragões-do-mar, ostra, plânctons bioluminescentes, siri

Sinfonia das ondas, infinidade de espuma marinha

Ver os navios velejando no meio, pessoas experientes, marinheiros, pescadores, gente náutica

Todos os dias acordar e saber que essa visão será minha

Fascinação pela diferença de cores, el niño, la niña, águas vermelhas, águas bálticas

Mar morto, mares que se encontram, que abrem passagem, como o de Barra Grande

Que nunca perdem a grandeza, que sempre seguem adiante

Apesar da terrível poluição causada pelo homem, que não preza pelos ecossistemas

Em momento algum o mar, por vontade própria, nos causará problemas

Pra observar feixes brilhosos e dispersos que irão uma hora

O engolidor azul escuro, da onde não vou me embora

Sumirão pela escuridão da noite, tornando o mar escuro em suspense

Mesmo que eu saia, é lá onde o meu coração pertence

Eu corro pelas tonalidades puras, legítimas

Eu corro pelas pressões marítimas

Correntes de retorno, tomara que eu retorne para o mar

E no mar eu posso encontrar tudo o que é de desígnio

Sem pensar no tédio horrível da cidade, apenas na paz eterna do nadar

O mar transparente me cega com seu brilho incisivo

Me mostra a areia, meus pés, os peixes, e tudo mais o que há

Como se eu pudesse ver a alma de um ser vivo

- Até a ferrugem causada pela maresia e os mexilhões grudados em barcos têm um tom poético

Natalia L A
Enviado por Natalia L A em 08/10/2021
Reeditado em 08/10/2021
Código do texto: T7359173
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