Flores Vivas

Ofereço-te flores

intactas.

Na natureza sob olhares,

Pelas mãos nunca arrancadas.

Dou-te em visão, uma flor,

deslumbramento.

Nas mãos, porém, só

flores, da arte abstrata.

As do jardim, deixai-as viver,

e serem amadas pelas borboletas

joaninhas, abelhas e cigarras.

E por teu olhar cativo,

ansioso de primavera.

Nas mãos ofereço-te apenas

as flores especiais,

Quiçá, um toque no jardim,

O perfume doce de qualquer flor,

para furtar teu sentimento

de conservação e cuidado.

Mas nas mãos não, nunca arrancais

as sempre-viva, gardênias ou girassóis,

deixai-os lírios e jasmins ao sol,

a enfeitar o jardim, com vida.

Nas tuas mãos dou-te sempre a escolha:

Flor ou vida?

A primavera querida!

Paula Belmino