Travessuras da primavera
Por que não me dás sossego
Um só segundo
Quando estou insone
Em meus temores
Ramalhete, primavera?
Na tua chegada
Com teus véus e olores
A inquietude, espreita, é sentinela...
Mas chovem flores, ramagens
Laureias as manhãs e as tardes
Com tuas brotações de aquarela
Brincas comigo e aprisiono a imagem
Quadro vivo que és
Travessa, graciosa e tagarela
Luz em forma de flor
Balaio inundado de cor
“Sempre-viva”, primavera.