LÍVIDO ORVALHAR
No lívido orvalhar da manhã clara
— na alva lua que não se escondeu,
assim despertou o dia numa explosão rara
— doce fascínio que me acometeu.
Como nuvem vago pelos dourados campos,
— no vértice do sol abrasador —
na melodia dos pássaros nos flancos,
com o vento num suspiro incessante, incolor.
A luz laranja da tarde crescente...
sobre folhas mortas de outono passageiro
aquece o solo fértil do dia magnificente,
onde logo virá o sol em seu giro derradeiro.
Céu plácido, a florir em supremas cores
deleitamento para um coração de poesia;
crepúsculo fugidio despertando amores
trazendo a noite com estupenda magia.