O OVO DAS CORVACHAS
O OVO DAS CORVACHAS
Elas desejavam que eu juntasse os pedaços
Os retalhos, os fragmentos, as ossadas delas
Eu estava ocupado em juntar meu quinhão
Minha cota de fragmentos, meus pedaços
Cada uma delas desejava que ficasse atado
Em seu abraço, ao seu olhar, na cabeleira
Grega da Medusa com seus cabelos lavados
Em shampoo no cabeleireiro. Cada qual
Cada uma delas estava em busca de achar
Uma vítima para chamar de seu, na real
Realidade de um domicílio em seu cio ateu
E eu, e eu, e eu??? Como buscar-me Eu!!!
Depois de cada gravidez mais um elo musa
De Museu a prender-me na cela entrepernas
Da roleta russa, miscelânea de promíscuas
Górgonas, maternidade de fetos, afetos
Conflitos, temores, ira e geração de medos
Poderia crescer apegado às necessidades
Ao consumismo entretido de outros seres???
Com mil cobranças teratológicas. Dedicado
A trabalhar e fornicar, que seria eu de mim???
Que palácios de vento passariam a me habitar
As ideias adaptadas à máquina de guerra
Do larbirinto. Eu caminharia pelos atos
As atrocidades silenciosas dos dias, noites
E tudo para mim seria tarde. Os corpos Mu
Mumificados delas transitariam pelos pelos
Da cultura de perfumarias gregárias. Meta
Metamorfoses fariam de mim um pária outro
Um pai de uma descendência inútil mente
Dedicado aos conflitos e recados, senhorias
Proprietárias de minha origem, fim e zigoto
Meu bem, predileta, favorita em milênios
Vejo-te daqui 100 anos vestida de lua e de luz
Com uma prodigiosa perereca de tungstênio.