O OVO DAS CORVACHAS

O OVO DAS CORVACHAS

Elas desejavam que eu juntasse os pedaços

Os retalhos, os fragmentos, as ossadas delas

Eu estava ocupado em juntar meu quinhão

Minha cota de fragmentos, meus pedaços

Cada uma delas desejava que ficasse atado

Em seu abraço, ao seu olhar, na cabeleira

Grega da Medusa com seus cabelos lavados

Em shampoo no cabeleireiro. Cada qual

Cada uma delas estava em busca de achar

Uma vítima para chamar de seu, na real

Realidade de um domicílio em seu cio ateu

E eu, e eu, e eu??? Como buscar-me Eu!!!

Depois de cada gravidez mais um elo musa

De Museu a prender-me na cela entrepernas

Da roleta russa, miscelânea de promíscuas

Górgonas, maternidade de fetos, afetos

Conflitos, temores, ira e geração de medos

Poderia crescer apegado às necessidades

Ao consumismo entretido de outros seres???

Com mil cobranças teratológicas. Dedicado

A trabalhar e fornicar, que seria eu de mim???

Que palácios de vento passariam a me habitar

As ideias adaptadas à máquina de guerra

Do larbirinto. Eu caminharia pelos atos

As atrocidades silenciosas dos dias, noites

E tudo para mim seria tarde. Os corpos Mu

Mumificados delas transitariam pelos pelos

Da cultura de perfumarias gregárias. Meta

Metamorfoses fariam de mim um pária outro

Um pai de uma descendência inútil mente

Dedicado aos conflitos e recados, senhorias

Proprietárias de minha origem, fim e zigoto

Meu bem, predileta, favorita em milênios

Vejo-te daqui 100 anos vestida de lua e de luz

Com uma prodigiosa perereca de tungstênio.

DECIO GOODNEWS
Enviado por DECIO GOODNEWS em 11/08/2021
Reeditado em 11/08/2021
Código do texto: T7318247
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