NO AZUL DISTANTE
Perco-me nesse azul distante e misterioso,
de sóis abrasadores e luas minguantes
onde cantam as cigarras com som melodioso
no fim da tarde púrpura, deslumbrante.
Sonho com solos férteis e belas flores,
onde tudo é primavera com luz fulgente;
nessa harmonia sem lamentos, nem temores
gira o vento com sopro sonoro, ascendente.
Procuro auroras idas incandescentes,
ou com chuvas finas esvoaçantes,
tudo em singularidade envolvente,
entre belos cânticos e ventos uivantes.
Sinto o entardecer como tela brilhante,
uma mistura de cores enigmáticas,
viajo por essa energia eletrizante
trazendo-me sensações fantásticas.