A DAMA E O GAMÃO
As folhas voam no ar seco
Sibilante entre os arbustos
Com vários galhos.
Não há frutas ainda em sua
Volta nem aroma da cor
Do Maduro, a desgastante raiz
Empobrece a terra descoberta,
Próxima da pequena ponte.
Apenas o passarinho canta!
As janelas das casas não
Tem vidraças,
As portas são de madeiras pintadas,
O assoalho de terra batida não perdoa
As ruas desenhadas de pedras talhadas.
A moça ressabiada esconde o decote
Do seu vestido de chita.
Apenas o passarinho canta!
As abelhas dançam juntas
Com as borboletas
Os riachos lançam fora seus peixes
De suas águas profundas em suas
Bordas.
O sol escaldante mata a sombra
Desconfiada escondendo os dias
Sem chuva,
E a noite cai sem suas nuvens
Escuras.
A madrugada chega sem despertar
Suspeita,
As camas arrumadas cobertas
De um linho fino de seda,
Amor e paixão apresentam a sós
Somente nos olhares.
A dama e o gamão é um jogo
De erros e acertos!
Apenas um passarinho canta!