Noite, lua, silêncio.

As leves plumas lânguidas da lua

Polidas, ondulosas e macias

Alisam molemente a longa rua

Em lentos fluxos, alvas harmonias.

Do luar diluído, o morno, e fluido enleio

Embala os ares e o silêncio acolhe

Às suaves expansões do lácteo seio,

Às doces contrações do colo mole.

A noite, enamorada do silêncio,

Susurra ébria trêmulos soluços

Os surdos cantos meandram o eflúvio pênsil

E os tênues lábios roçam-se convulsos.

Adentra a calma ao quarto ; Da janela

A lua alumbra e envolve com ternura

A sonolenta filha, e ao lado dela,

Se deita ao berço, álbida e pura.

Sossego e paz... a placidez levita,

O mudo espaço, magistral, flutua —

E a eternidade, átona infinita,

As leves plumas lânguidas da lua.

Julho 2021

Lucas Pereira Galo
Enviado por Lucas Pereira Galo em 21/07/2021
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