ORO ÀS BORBOLETAS
Oro às borboletas
Que acalmem minha mente inquieta
Se possível, de quebra
Que me tornem algo como um poeta
Que da natureza inspire a essência
Da divina sapiência
Da existência, do sentir
Me despir dos pensamentos
Descalçar dos tormentos
Mergulhar no momento
Apenas, e sem julgamento
E o vento que cheira mato
A fumaça da fogueira
O calor das labaredas
O toque seco na terra fria
No devaneio de uma brisa
Na percepção que maximiza
O sentido que não se explica
O que se explica se desfaz
O rio flui, o coração, eficaz
Sem porquê, sem cartaz
Ato e fato, qualquer outro
Se diluem em um todo
Um átomo, um tijolo
Consciência, desconsolo
06.07.21