A folha amarela
certa vez, quando o sol clareou a cidade
e acordou todos os seres, coisas e lugares,
apenas a montanha que escondia o horizonte
permanecia quieta, imóvel e meditante
nesse dia, uma brisa fria visitou a cidade
e recoloriu todos os seres, coisas e lugares,
e uma folha amarela carregada pelo ar
entrou quieta pela janela de meu quarto
ela tinha vindo de longe, muito longe
além do rio que cortava a cidade
além dos campos de arroz de fujibayashi
além do tapete de flores, abaixo do monte
ela tinha vindo de perto, muito perto
do topo da montanha do horizonte
onde habitava uma árvore secular
que vivia quieta, imóvel e meditante —
até o dia em que foi tocada pela brisa