Fotógrafo da lua
Fotógrafo da lua (José Carlos de Bom Sucesso – Academia Lavrense de Letras)
Cai a noite serena
Lá no alto da serra.
O fotógrafo calça meia e botina.
Com o tripé não mão
Bate forte o coração.
Ainda confere a bateria,
Pois não poderá ficar a pé.
Passa por diversas trilhas,
Até mesmo dentro do riacho.
O vento é congelante,
Tornando-o mais elegante.
Vê a sombra pela frente,
Também a vê de lado.
A lua brilha lá longe,
Grande, feito um queijo.
Lembra do tempo de criança
Quando ia passear à casa do Chico.
Assusta com o barulho da coruja...
Olha ao chão, com medo de uma cobra.
Dá um pulo quando o ramo lhe encosta.
Em campo aberto,
Com o olhar esperto.
Ergue a câmera...
Uma, duas, três...
Não sabe quantas.
E espera a melhor fotografia.