O CÃO E A BORBOLETA

— Vejo quão linda entre ramos e flores, nem parece ter saído de um casulo.

Quisera eu ter a beleza de tuas cores, a leveza de tuas asas, a desfrutar belos voos.

De tão bela e delicada que és, não posso tocar-te, um convite a rolar ao chão seria na certa crime inafiançável

— Vejo tão dócio adormecido no capim dourado, nem parece bravo e veloz rosnando diante da presa.

Tão tranquilo deve ser teu sono, nenhuma ave é capaz de interromper-te

— Poderíamos como cavalos em fins de tarde galopar nos campos, brincar de esconde esconde, eu entre as ramagens densas e você saltitando entre um arbusto e outro.

— Facilmente eu te assustaria e como alazão assustado sairias ligeiramente me deixando para trás.