CINZAS E NADA MAIS
CINZAS E NADA MAIS
O humano é a parte letal da existência.
A natureza é o âmago para a sua vida.
Dela, ele tira o sustento, faz sua guarida.
E, ainda assim, a destrói sem clemência.
Da natureza ele retira seus alimentos,
Água para beber e frutos para comer.
Mas faz a floresta exuberante arder,
Sem ouvir dos animais, os lamentos.
As árvores caem prostadas na terra.
Animais choram no chão e nos ares.
São queimadas por todos os lugares,
A Amazõnia passa por uma guerra.
O triste choro da árvore que vira carvão
Ecoando na voz de um belo passarinho,
Que tinha nela com segurança seu ninho,
Não inibe o homem, ele não tem coração.
O ar na Amazônia tornou-se irrespirável,
O solo coberto com troncos queimados,
Animais todos mortos e carbonizados,
E o nativo tendo uma vida abominável.
Tudo isso resulta da maldade humana
Cujo caminho gosta de cobrir com ódio,
E edificando com sangue o seu pódio,
Mostra uma mente deplorável e insana.
E a serra elétrica usada como algoz
Rasga a natureza, numa guerra crua.
Deixa a Amazônia sem vegetação, nua,
E todos os pássaros calados, sem voz.
Como "quem planta colhe" é verdade pura,
Um dia esse ser humano reles vai pagar.
Quando na Amazônia o oxigênio acabar,
Ele cobrirá com cinzas a sua sepultura.
Bira Galego.