CANOEIRA

Fiz essa poesia porque nesse tempo de Pandemia tudo é tenebroso até mesmo se vivos estaremos amanhã.

CANOEIRA

Quando a canoa partir

Deslizando no rio de água pura

Quero sentir o cheiro do rio

Que me faz arquivar

Memórias da vida dura.

Remando está a educação

Ambiental, social, cultural

Palavras que vem e que vão

Dos seres, encantes, cosmovisão.

Quando eu me for

Quero ir assim

Levada pela remada da natureza

Na proa sentada vendo a beleza

De lá, de cá, das profundezas.

Mas antes de ir

Quero partilhar saberes

Refletir, repensar, desarrumar

Conversar com outros seres

Convidar para mudanças

No modo de ver, sentir, agir, pensar.

E depois ver a canoa remando

Na travessia do mundo espiritual

Cada um tem um destino no mundo

E na partida a vida não se acaba

Não tenha medo do ponto final

Te cuida e faz o melhor

Para tua canoa conseguir atravessar

No rio, lago, num estreito canal

Do universo ancestral

Eu cuido da minha canoa

Enquanto sou gente, pessoa.

Poema de: Márcia Wayna Kambeba

Em 22/05/2021

Márcia Wayna Kambeba
Enviado por Márcia Wayna Kambeba em 22/05/2021
Reeditado em 16/07/2022
Código do texto: T7261618
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