Deusa Eterna
A natureza desconhece permissão
Sempre segue seu curso impávida
Então não vê fronteira nem opinião
É metamorfose tal qual a crisálida
Bichos e plantas possuem instinto
Nascem aparelhados para viver
Vai à caça sozinho o felino faminto
Toda aranha sabe sua rede tecer
Assim como a chuva irriga o solo
Sem qualquer intervenção humana
A natureza age sem culpa ou dolo
Contudo todo o poder dela emana
O Homem é detalhe no panorama
Afinal, vive em conflito com as leis
Desprotege, usurpa, causa o drama
Só quer respostas, não vê porquês
Por isso a gente morre e ela continua
Pujante, imperturbável deusa milenar
Pois quando cai a noite e surge a Lua
A selva pulsa nua sob o manto estelar.