ARTISTAS NOTURNOS
As ruas estavam desertas
A cidade dormia um sono profundo;
Janelas e portas já não estavam mais abertas
A solitária lua iluminava o mundo.
E as sombras dos estáticos personagens
Davam alma as silenciosas criaturas,
Que formavam às mais lúdicas paisagens
Magia das formas de diferentes caricaturas.
O silêncio marcava o negrume
Os habitantes noturnos começavam a circular;
Por entre os arvoredos, o vistoso vagalume,
Bailava na passarela a brilhar.
E o concerto dos artistas da noite começava;
As cigarras entoavam uma bela sinfonia;
A sabiá – laranjeira a melodia orquestrava
Na mais perfeita harmonia.
A serenata dos invisíveis cantores
Rompiam a quietude da madrugada,
Nas fantasias reluzentes dos seus atores
Que brilhavam saudando a alvorada.
A natureza acordava às luzes se acendiam,
Um novo espetáculo começava;
Os raios dourados do sol já resplandeciam
E, o ciclo da vida mais uma vez girava.