POEMA NATURAL
Poucos notam, mas o sol escreve suas poesias
Com sua bola de fogo alumiando o escuro lúgubre do infinito
nos seus crepúsculos alaranjados dos poentes
Porém, sua obra prima é o seu fulgir do alvorecer
Fazendo surgir o dia no afago das manhãs singelas
e com ela nossas esperanças!
O mar também escreve as suas pérolas preciosas,
No seu azul infinito e manso,
Nas páginas mornas das praias em ondas sucessivas
Que se desmoronam nas areias, anunciando o fim da jornada
Rufando os tambores do céu!
O vento não fica atras e escreve poesias lindíssimas
Nas brisas que balançam a vida nas palhas dos coqueiros, na copa das árvores
ou pelos campos onde voam silenciosos, os pássaros descontraídos e os pólens fecundantes,
Espalhando a vida no ar!
A chuva não se faz de rogada,
Ela escreve seus poemas maravilhosos e úmidos
Com as tintas incolores da água. Quem não se delicia com a cortina de água
caindo do céu nos telhados como um cortina, a despertar as bênçãos da fertilidade na terra söfrega.
Todos são parte dos mistérios do universo, que criou
as condições para a vida em forma de poemas da natureza,
os quais não prestamos muita atenção
Mas que nos ensinam, que nos alertam,
Para a intrincada beleza de complexa magnitude da criação
Ainda mais, num país tropical de clima generoso, como o nosso.