POEMA NATURAL

Poucos notam, mas o sol escreve suas poesias

Com sua bola de fogo alumiando o escuro lúgubre do infinito

nos seus crepúsculos alaranjados dos poentes

Porém, sua obra prima é o seu fulgir do alvorecer

Fazendo surgir o dia no afago das manhãs singelas

e com ela nossas esperanças!

O mar também escreve as suas pérolas preciosas,

No seu azul infinito e manso,

Nas páginas mornas das praias em ondas sucessivas

Que se desmoronam nas areias, anunciando o fim da jornada

Rufando os tambores do céu!

O vento não fica atras e escreve poesias lindíssimas

Nas brisas que balançam a vida nas palhas dos coqueiros, na copa das árvores

ou pelos campos onde voam silenciosos, os pássaros descontraídos e os pólens fecundantes,

Espalhando a vida no ar!

A chuva não se faz de rogada,

Ela escreve seus poemas maravilhosos e úmidos

Com as tintas incolores da água. Quem não se delicia com a cortina de água

caindo do céu nos telhados como um cortina, a despertar as bênçãos da fertilidade na terra söfrega.

Todos são parte dos mistérios do universo, que criou

as condições para a vida em forma de poemas da natureza,

os quais não prestamos muita atenção

Mas que nos ensinam, que nos alertam,

Para a intrincada beleza de complexa magnitude da criação

Ainda mais, num país tropical de clima generoso, como o nosso.

Celio Govedice
Enviado por Celio Govedice em 15/03/2021
Reeditado em 23/01/2023
Código do texto: T7207529
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