Primeira Chuva
Mal aparece o primeiro raio de sol
E a chuva já está querendo se amostrar
Fica assim toda pomposa
Roubando os olhares de quem acordar
E quem não acordou, decerto agora
Vai se levantar pra olhar
Essa manhã toda dengosa
Pingando na sua sala de estar
Mesmo a criança dorminhoca
Num pulo se lavantou, sem pensar
Correu e ajudou a mãe com outro balde
Pra proteger o chão de encharcar
Mas a chuva traiçoeira e amostrada
Não se cansa de implicar
Ia criando cada vez mais goteiras
Em lugar que nem se dá pra pensar
Fartos da guerra, a mãe e a criança
Se sentam no sofá
De que adianta lutar contra a água, os buracos e as poças
Que estão agora em todo lugar?