MADRUGADA ETERNA
Eu quero viver para sempre
Para sempre à madrugada
Entre o poste de luz e a alvorada
Na penumbra que há entre
A madrugada e a melancolia
Que transborda em alegria
Que me enche desde o ventre
Eu quero existir para sempre na madrugada
Entre o vazio da rua sombria
Entre faíscas de luz do amanhecer do dia
Comigo assistindo na calada
O sol timidamente esquentar
O gélido ar da noite a se clarear
E da minha dor, não restar mais nada
Não quero que pare, não quero que se vá
Quero viver na alvorada em ciclo eterno
Primavera, verão, outono e inverno
Em qualquer momento o sol por completo sairá
Esbravejarei ao invés de ficar contente
Mandarei-o novamente para o Oriente
E assim madrugada é e sempre será
No doce vento que se faz mais inquieto
O barulho das árvores sendo invadidas
Pelo vento e tímidos pedestres às escondidas
Torcem para serem deixados quietos
Poucas casam estão acesas e os carros parecem fazer menos barulho
Nada mais, apenas os som dos seus passos nos pedregulhos
Deixando um ensurdecedor silêncio frio e discreto