METAMORFOSE
METAMORFOSE
Dos namorados era a praça,
dos velhinhos e dos meninos,
dos arbusto os passarinhos,
do roseiral o beija-flor.
E voavam as borboletas
com suas asas aplaudentes,
canhestros bancos contentes,
na natureza, cúmplices no amor.
Era primavera a praça
numa tarde ensolarada
caminhava o sol na estrada
procurando o entardecer.
Forte brisa de repente.
O céu altera o semblante,
Entre nuvens o viajante,
Astro-maior a esconder.
Cortina-se o horizonte,
tom lilás meio azulado,
bailam ventos um recado,
folhas secas a correr.
Entre bancos solitários
vão bengalas cambaleantes;
pipas enovelam seus barbantes.
Despede-se num beijo, o Ser.
(Osvaldo Resquetti, In. Mil Poetas Brasileiros.
Porto Alegre. 1994. p. 273.)