PEQUENINA AMOSTRA DO CÉU
Pequenina amostra do Céu,
Sempre verdejante a terra,
Úmido, banhado todo o chão,
É o Fervedouro que vitaliza
Todo o solo ao seu redor.
Sem parar, sem cansar, corre a água,
Procura outras áreas a beneficiar
E o verde a ganhar alturas
No querer encontrar o bendito Céu
Para dizer-lhe dessa pequenina amostra
E o Sol? Ó Sol, escondido estás
Sem que possas levar mensagem ao Céu,
Ao Céu, acima de nossas fraquezas.
Aqui, reina puramente o silêncio.
Não fosse rasgar o véu do tempo
Por cânticos balsâmicos de pássaros,
Ouvira bem alto, muito alto,
As batidas de meu sentido coração
Porque o vento sequer nos visitou
A não ser, disfarçadamente.
As suas músicas ficaram somente
Para outras ocasiões futuras.
Continua o silêncio a persistir
O Sol mergulhado em seu esconderijo
Por nuvens pesadas e escuras
E as horas passam independentes
Para a noite se pronunciar.
Fervedouro. Pequenina Amostra do Céu. Batalha - Piauí, 15 de fevereiro de 2008.
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Francisca Miriam Aires Fernandes, em "Safra Poética", 1ª edição, CBJE, Rio de Janeiro, 2020 (Página 68).
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