VENDAVAL
Das nuvens altas chuva que cai...
banhando flores rubras sedentas de luz;
— o ruído da vida na tarde recai
com a enxurrada o raio desliza e reluz.
O vento açoita e o frio corta...
num dia cinzento de aves adormecidas,
águas benditas que a natureza transporta
para solos áridos numa bela acolhida.
A brisa vaga, a chuva fina dança...
no tênue sopro da estação gelada
o tempo não para e a esfera avança,
nebulosa hora de inverno entremeada.
O céu escuro clareia lentamente...
no verde que se propaga tudo ilumina,
— nesse momento de alvor subitamente
sete cores no arco que no espaço culmina.