SOLO SAGRADO

Distante

Névoa na serra

Cerração

Lá vem de novo

Chuvinha miúda

Nas copas das árvores

Deslizando

Perfurando os ninhos

Soninho

Eu, poeta, sonho

Eu, espécie humana

invado

Sem querer

O cenário

Não quero que o momento passe

Sem que eu me aperceba

Da trama

Sem que eu me enlace

Na teia

Da qual sou parte

Volto ao poeta

Assim fico em paz

Clamo pela delicadeza

Apelo para a gentileza

No olhar

No sentir

No respirar

No pisar macio

O solo sagrado

Emprestado

E dizer:

- Obrigado!