SINTRA MEU AMOR
Contigo partilhei segredos
Voei nas tuas asas
Agrestes e balsâmicas
Extravasei os limites da normalidade
Lembras-te daquela noite
No castelo dos mouros
Não estávamos sós
Era inverno
O vento assobiava forte
E gelava-nos até ao tutano
Mas nós não fugimos
E desafiamos as leis da natureza
De mãos dadas com as nuvens
Inspiramos teus silvestres aromas
Meditamos e em poucos minutos
Dissemos adeus ao frio
E aquela passagem de ano
Sob fortes chuvadas
E quando nos fundimos
Naquele pôr do sol
Lembras-te com certeza
Enfim
Extasio-me com teus castelos
Calcorreio tuas ruelas
Perfumadas pela proximidade
Dessa virgem floresta
Como no mundo pouco mais resta
E por isso património da humanidade
É saúde que se respira
Nesse teu enorme pulmão
Que custe o que custar
Há que preservar
Ainda bem que escapaste
Às garras dos poluídores
Policarpo Nóbrega