SEMENTE POÉTICA

SEMENTE POÉTICA

Brota-me

da alma alguma

semente,

que germina

num limiar

de inspiração;

ainda não é o fruto,

é a flor que

sorri contente,

sentindo que seu

olor lhe exala

da poética razão.

O que me inspira

flui na água

corrente,

mas mescla-se

com as algas

verdosas;

não é o poema,

é minha alma

que sente

na planta,

o cheiro das frutas

saborosas.

Lança-me da alma

a inspiração

inesperada;

passa o vento afoito

sem dizer

para onde vai;

já não é a flor,

mas a fruta

orvalhada;

cuja gota, qual seiva,

no chão

da manhã, cai.

Alguns versos

repousam

nas pedras limosas,

tornando

subentendido

que esse poema

chega ao fim;

que se renovem

as sementes,

as flores, as frutas

valiosas;

e se desdobrem

em novos

contextos poéticos

que me inspirem,

enfim.

Adilson Fontoura

Adilson Fontoura
Enviado por Adilson Fontoura em 24/10/2020
Código do texto: T7095202
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