FOGO NO VERDE
O fogo cresce no verde
Em planícies, matas e serras,
Numa loucura febril
Vai incendiando a terra,
Encanta o seu esplendor,
Porém espanta o seu terror
Numa devastação de guerra.
Veloz avança voraz,
Suas chamas alastram-se ao vento,
As aves voam sem rumo
E correndo vão contra o tempo
Os animais que vão fugindo
E como as feras, vai rugindo
O fogo feroz, violento.
Fogo que vai consumindo
Matas nativas e desmata,
Vai dizimando florestas
E promovendo devasta
Em dias, horas, segundos,
Queimando o verde do mundo,
Assola, arrasa e mata.
Cruel, brutal, o fogo devora
E faz chorar na despedida
Aos gritos, berros ou uivando
A quem não encontra saída,
Com poderio destruidor
Liquida o mais nobre valor
Na flora e fauna: a vida.
Labaredas que serpenteiam
E espalham-se como névoa
Assando o "pulmão" da vida,
Fornalha que engole a selva,
Findam vidas, o verde e as flores,
Nascem as cinzas e as dores,
"Mar" de horror sem dó, sem relva.
Mas sabiamente a natureza
No alto e baixo, no raso e fundo,
Habilmente se reconstrói
E renasce a vida e um novo mundo,
Ressurge o verde e a beleza
Sem dor, pavor nem tristeza,
Num fenômeno Divino e profundo!