UM DIA QUALQUER
O vento move-se para o leste...
com uma lua pálida na manhã de romãs
— e no aroma cítrico do solo agreste
pássaros silentes numa perceptível afã.
Por todos os lados a sombra que se apaga
com o caminhar do sol por entre o arvoredo
— não deixando lacuna amena que afaga
num tanger de luzes solares e folguedo.
Pelas estradas em que se perderam as flores
da primavera que cantou por todo o azul
a nova iluminada estação vinda em fulgores
retirando folhas até chegar em terras do sul.
O dia vai seguindo, pela tarde que desce
pelo dourado extravagante dos girassóis
pela eterna correnteza do rio que anoitece
sob a irradiação diurna de todos os sóis.