13 POEMAS PARA O DIA DA ÁRVORE (21/09)
POEMAS PARA O DIA DA ÁRVORE (21/09)
“VERDE QUE TE QUERO VERDE”
(Inspirado no verso de Frederico Garcia Lorca)
“Verde que te quero verde”
Na floresta enverdecida;
Verde cada vez mais verde
No palco verde da vida!
Como era a vida tão verde,
Como era tão verde a vida!
Verde vida vida verde
verde verde vida vida!
Mas o verde que gera vida
Fora dos olhos mais verdes
Virou deserto sem vida
Virou floresta queimada,
Virou poeira e carvão
Que se levanta na estrada!
Virou conjunto de casas
Virou um solo asfaltado.
Oh! Homem que o verde tira,
Que atira fogo no verde,
Por que fazer sua mira
No alvo verde da terra?
Não vê que faz uma guerra,
Que contra a si mesmo atira?
E quando em que verde vira
Diferente é sua lira!
É o verde horizontal
Do vasto canavial.
Não é verde replantado:
É verde vasto de soja
E dos cercados de gado!
Pois acha mais importante
Enriquecer num instante,
Empobrecendo o futuro;
Não ter oxigênio puro,
Não ter floresta nem nada,
Não ter pássaro que cante,
Não ter uma onça pintada;
Um verde mais verdejante,
Viçoso com a invernada!
SE NÃO POSSO MUDAR O MUNDO
Se não posso mudar o mundo
Ao menos plantarei uma árvore
E cuidarei dela com carinho
Para que nos faça sombra
E abrigue os passarinhos.
Se não posso mudar o mundo
Ao menos plantarei uma árvore
Para alimentar a meninada
E que ainda sobre muitos frutos
Pro banquete da passarada!
Se não posso mudar o mundo
Ao menos plantarei uma árvore
Para que nela os passarinhos
Possam construir seus ninhos
E gerarem outros passarinhos!...
Se não posso mudar o mundo,
Materialista e iracundo,
Ao menos plantarei uma árvore,
Com sentimento profundo.
QUEM PRESERVA UMA ÁRVORE
Quem preserva uma árvore
Contribui co'a natureza,
Ornamentando a paisagem
Com mais encanto e beleza;
Pensa num mundo agradável,
Mais feliz e mais saudável,
Respirando mais pureza!
Quem preserva uma árvore
Contribui co'a natureza,
Dá valor ao que Deus fez
Com tanto amor e beleza;
Não parte pra ignorância
De cortá-la por ganância,
Almejando mais riqueza!
Quem preserva uma árvore
No peito só tem bondade;
Quer o bem dos passarinhos,
Saúde e felicidade!
Não permite que a corte,
Não contribui para a morte,
Só pro bem da humanidade!
Quem preserva uma árvore
Contribui co'a natureza,
Mostra sua inteligência,
Capacidade e grandeza.
Prova seu amor profundo
Contribuindo pro mundo
Ser bem melhor, com certeza!
QUEM DEVASTA A NATUREZA
Não precisa pesquisar
Na internet, com firmeza,
Para poder comprovar
Que quem age com vileza,
Destruindo a natureza,
Devasta mesmo é seu lar!
Quem devasta a natureza
É um ser inconsequente,
Pois condena o seu futuro,
Aniquila o seu presente.
Pensando ter esperteza
Mas o fim de sua ardileza
É catástrofe iminente!
Quem devasta a natureza
Destrói mesmo é sua casa,
Seu presente é de incerteza,
O seu futuro ele arrasa,
Fica feito um passarinho
Sem ter árvore, sem ter ninho,
Procurando a sua casa!
Quem devasta a natureza
Merece está num presídio,
Não vê que a sua esperteza
Leva o mundo ao suicídio,
Contamina a terra, o ar,
A floresta, o rio, o mar,
Provocando um ecocídio!
SEM VERDE, SEM AR, SEM ÁRVORE
Árvore seca, seca árvore,
Árvore sem folhas e frutos,
Vítima de homens brutos
Em seu afã de poder...
Que não se cansam de ter,
Que ateiam fogo à floresta
Para fazerem a festa
Inconsequente do ser!
Extinguindo a natureza
Para impor sua fortaleza
De concreto, ferro, mármore...
Deixando apenas lembrança
Num mundo sem esperança,
Sem verde, sem ar, sem árvore!
ÁRVORE QUEIMADA
Que triste a árvore queimada
Sem nenhum mal cometido!
Na lateral duma estrada...
Talvez por ter existido.
Planta que o homem condena
Sem fundamento ou razão,
Corta do mundo sem pena,
Em prol de sua ambição!
Deixando, em meio à fumaça,
Apenas cinza e carvão,
Um tronco feito carcaça,
Carbonizada no chão!
Seus frutos não têm mais graça
De se pegar com a mão;
São brasas dentre fumaça,
São cinzas na imensidão!
Quem dera seus atributos!...
Quanta pompas nos seus galhos!
Quantas folhas, quantos frutos,
Molhados pelo orvalho!
Outrora cheia de flores,
De ninhos de passarinhos;
Agora somente horrores
Espantalhos no caminho!
AQUELE QUE CORTA UMA ÁRVORE
Aquele que corta uma árvore
Corta, sim, uma esperança
De ter um mundo de paz,
De mais amor e bonança.
Aquele que corta uma árvore,
Por maldade ou por ganância,
O troco receberá
Pela sua ignorância.
Pois uma árvore, quem corta,
Deixa escancarada a porta
Pra cobrança da natureza!...
Tijolo, concreto, mármore,
Não substitui uma árvore,
Por mais conforto e beleza!
QUEM PLANTA UMA ÁRVORE
Sem dúvida alguma quem planta
Uma árvore nunca está só,
Mas encontrou uma amiga
Pra ter um mundo melhor.
Toda árvore sente o amor
Que a gente dedica a ela,
Pode prestar atenção
Que ela fica mais bela!
Quem ama o mundo não corta
Uma árvore da terra,
Quem ama o mundo não queima,
Mas lhe protege da guerra.
Quem incendeia a floresta
É criminoso também,
Pra viver solto não presta,
Não sabe fazer o bem.
PLANTANDO ESPERANÇA
Quem planta uma árvore,
No bosque ou no quintal,
Também planta a esperança
De um mundo natural.
Quem planta uma árvore
Enriquece a natureza,
E também desfrutará
Doces frutos, com certeza!
Quem planta uma árvore
Terá sombra pra gozar,
Terá frutos pra comer
E passarinhos a cantar.
Quem planta uma árvore
Embeleza a paisagem
E oferece boa sombra
Pro descanso da viagem.
Pois quem planta uma árvore
Tem muita sabedoria,
Faz o bem pra natureza,
Enche a vida de alegria!
MINHA TERRA TEM PALMEIRAS
Minha terra tem palmeiras
Mas não canta o sabiá
Foram contrabandeadas
As aves que tinham lá.
Admiro a minha terra,
A beleza do lugar;
Minha terra tem palmeiras
Mas não canta o sabiá.
Minha terra tem palmeiras
Bem poucas, é bom falar;
Foram muitas arrancadas
Pro progresso se instalar.
Progresso?... Meu Deus do céu!
Que progresso tem por lá?
Se cortaram as palmeiras...
Se não canta o sabiá!
O CORTE DA PALMEIRA
Palmeira bicentenária,
Com seu aspecto feliz,
Imponente em meio à praça,
Defronte a igreja matriz.
Palmeira bicentenária,
Que tanto tempo viveu,
Tornando-se a solitária
Da terra que Deus lhe deu.
Palmeira bicentenária,
Oh palmeira imperial!
Quem projetou tua morte?
Quem consumou teu final?
Palmeira bicentenária
Tua morte dói no Pilar;
Daqui a duzentos anos
Quem de nós vivo estará
Para poder contemplar,
De forma extraordinária,
Outra palmeira histórica,
Palmeira bicentenária?!
DEBAIXO DE UMA ÁRVORE
Debaixo de uma árvore
Quero descansar profundo,
E depois comer seu fruto
Com o maior prazer do mundo.
Debaixo de uma árvore
Quero contemplar um ninho,
E quero escutar o canto
Do mais belo passarinho.
Debaixo de uma árvore
Quero encontrar um abrigo,
Abraçar a natureza
E dizer: sou teu amigo.
Debaixo de uma árvore
Quero contemplar o dia,
E sempre encontrar motivo
Para escrever poesia.
Debaixo de uma árvore
Quero ser bem mais feliz,
Defendendo a natureza
Que existe no meu país.
ÁRVORES DA MINHA INFÂNCIA
Já me subi numa árvore
Sem medo de sua altura,
E me escondi nas folhagens
Pra comer fruta madura.
Já escutei passarinhos
Cantarolando em seus galhos,
E já escrevi nela o nome
Por quem 'stava apaixonado.
Já fiz balanço de corda
E muito me balancei,
Debaixo de uma jaqueira
Num tempo que tanto amei.
A árvore fez-se presente
Na minha infância querida,
Era sempre meu refugio
E laser na minha vida!
Pés de manga, de pitomba,
Pés de jaca, de goiaba,
De seriguela, caju,
De abacate, jabuticaba!
Eram pés de laranjeiras,
da pera, cravo e bahia;
Eram tantas as fruteiras
Que nos davam alegria!
Não entendo como a árvore
Pode servir de empecilho
Pra quem vive neste mundo
Como fosse um andarilho.
Como pode alguém cortá-la
Sem ter dó, sem piedade,
Uma árvore que faz bem
Para toda humanidade!
Tratemos, pois, com carinho
Toda árvores que alimenta,
Que produz oxigênio
E faz sombra que acalenta.
© Antonio Costta