LÁGRIMAS ESFUMAÇADAS
Assim como o tempo, a ignorância também não cessa
e o vento tropeça na escuridão do espaço.
O azul celeste esconde-se por detrás de uma cortina cinzenta,
o planeta lamenta, e a vida caminha na direção do descompasso.
As rosas descolorem no jardim pelo vento esfumaçado
e no solo abrasado, ficam marcas, das patas desprotegidas.
queima pantanal e caatingas, na Antártida gelo se desprende
num protesto coerente, do fogo das temperaturas avançadas.
O que era pra ser cristal dos olhos na face da criança inocente,
choram e rolam dementes, lágrimas esfumaçadas.
Não bastasse ter que usar máscaras, agora no vento vem junto,
um cheiro imundo, de carnes frescas chamuscadas.
Arde a fauna e a flora e os dias tomam forma em tons de cinza,
a vida se recolhe em brasa e agoniza, respirando um ar irrespirável.
Não só o fósforo é responsável, ação de seres que se dizem humanos,
Que junto morre todos os anos, com uma natureza admirável.
Aos olhos dos conscientes que enxergam o futuro,
Pra ignorância, construam o muro.
Pois a vida ...
A VIDA!
Tem que continuar.