Laços
Laços
Ao olhar para ti, vejo em ti o meu eu.
Ao tocá-la, tão firme e tão forte, desarmo meu ser a procura de mim.
Cada detalhe, cada folha, tudo em ti são partes daquilo que sou.
Meu corpo é feito de uma natureza perfeita.
Que também é perfeita como tu és.
Maltrato a ti e recebo marcas em mim,
Arranco tuas folhas, derrubo seu tronco,
Antes tão forte como eu.
Agora caída, espero cair eu também.
Tombos da vida, refletida naquilo que és,
Mas retomo minha vida,
Dando vida a ti, ao plantar a semente,
Reponho a vida em ti e em mim,
Mas se me omito,
A vida que agora tenho, cairá sob a chuva,
Ou com a força do vento, assim como tu.
Caída por força minha e desejo meu.
O agir de tudo sempre nos encontra em seu caminho,
Se os pássaros já não fazem ninhos,
Desejo para mim o que a ti provoquei,
Em mim já não haverá carinho,
Porque de ti carinho retirei,
São laços, são forças, são caminhos,
Quisera eu enfeitar os teus.
Dar a ti minha sombra, meus frutos, meu eu.
Retribuir com a minha existência
A sua permanência, neste mundo que também é seu.