Visita
Domingo de sol,
Na entrada da janela.
Beliscando dentro da panela,
Um jovem pássaro.
Cada bicada, um pedacinho de angu.
Olhava-me como se estivesse agradecendo.
O sol, mais forte, me aquecendo.
Ele, com o afiado bico, comendo...
De repente ele se foi,
Nem mesmo deixou a marca.
Saiu voando, como uma luz.
Foi pousar no alto da cruz.
Olhava-me, mais uma vez,
Limpando o bico na madeira do lenho.
Agradecia fazendo um desenho,
Queria voltar mais uma vez.
Então voou de vez,
Nem mesmo olhou para trás
Foi de vez, sem olhar para mim.
Partindo para voltar algum dia.