Meu Rei
luz que brilha reluzente
cintilantemente com verdor
em meus dias, tão presente,
inexorável o seu fulgor
avassala minh’alma, com teus raios dourados
desvirginando o dia, que está porvir
por mais que estranho seja, que pareça pecado
a natureza te dá este direito, de ir e vir
reluzindo sublimemente
despojando rara beleza
reinando sustentavelmente
ao desfraldar sutil singeleza
ah! meu rei, como tu és fausto, ditoso
sereno, desperta devaneios na imensidão
dá-nos a luz que ilumina o caminho mais sinuoso
faz brotar a vida, acalorando meu coração
às vezes, cândido como um menino
às vezes, impiedosamente austero
faces distintas do teu destino
que carregas com muito esmero
fita-me nos olhos, e me cegas
abarrota-me o ser de energia
faça-me de ti um servo
para que eu possa gozar momentos de alegria
tão generoso que tu és, tão cavalheiro
que de feição plácida, torna-se oculto
que por sua vez, a lua cor de prata entrega-se por inteiro
ao astro rei, que agradece o tributo
ah! meu rei, como tu és belo, faceiro
garrido, desfila em teu céu ilimitado
conduz contigo a pujança de um guerreiro
áureo personagem de um mundo encantado.