Chuva de outono
Em uma noite, no meio da praça,
os relâmpagos súbitos que acenderam o céu
convidaram-me à voltar para casa.
A casa ficava longe,
e a cada rua que passava, mais gotas me molhavam,
e mais gelado o vento soprava.
Quando a casa estava perto,
a cada quadra que passava, mais árvores me trombavam
e mais folhas caíam em mim.
Quando a casa estava logo ali,
com as portas abertas e janelas abertas
e meus pais esperando por mim,
em frente de casa, percebi que a jovem árvore,
que sempre ficava parada,
se mexia e remexia, quase estando a quebrar.
Ela estava assustada.
Entrei e chamei por meus pais,
pedi ajuda,
e para que pegássemos uma madeira,
e amarrássemos à árvore.
Fizemos, e com sucesso,
a verde árvore estava mais forte, firme para a tempestade,
fixa e a contemplar.
Assim que arrumei a cama,
pronto para sonhar,
pela fresta da janela do meu quarto,
uma folha veio pairando.
Era um presente dela!
Chuva de outono —
as raízes de nossa amizade
esculpidas em uma folha.