Buquê De Versos às Flores - Parte 04

As flores, eu jamais as colho,

Porque natureza eu obedeço.

As defendo, me faço arrolho,

Só na planta, que as ofereço.

Parte IV - Final...

O Cravo, ativo no sorriso afim,

Na altivez da sua postura,

Atraindo o olhar que travo...

O Crisântemo, com suas faces sentidas,

Admirado, amado, e quando ofertado,

Quase um apelo para dizer: eu te amo...

O Gerânio impávido, tomando esquinas,

Nas ruas... À janela colorida da Cristina,

No sorriso farto, exultando, simultâneo...

O Girassol, um grande mestre dos quintais,

O guia que anuncia manhãs no horizonte,

E poentes, em eternas poesias de arrebol...

O Ipê, desponta todo garboso,

Na galhada onde faz repouso,

Aos céus, se fazendo de carpê...

O Jasmim, se anuncia bem longe,

O reinado do perfume, que exala,

Com sua graça, formoso por fim...

O Lírio, altaneiro faz o dia,

Viçar o sol, que corresponde,

Pondo o jardim num delírio...

O Mosquitinho, qual tapete no quintal,

Presença nas igrejas, nos casamentos,

A celebração em taça do branco vinho...

O Rabo de Gato, garboso, vestido de vermelho,

No encanto da planta, por seu corpo de pelúcia,

Ornando jardins e dominando vestígios de mato...

O Zoinho da Vovó, esquecido e só por mim lembrado,

Se faz destaque, se faz pungente, num ramalhete,

Que vibra, não dando crédito ao meu tiquinho de dó.

As Flores da natureza, nos caminhos, nos seus ramos,

Perfumando as vidas, significando as existências,

Instigando olhares amigos, aos sensores da beleza...

Quis homenagear, colocando lindas flores em rimas,

Com o intuito de dizer que Deus fez muito bem feito,

A seu contento de força, dádiva, clorofila e enzimas,

Que causa em mim, amor, carinho, força e respeito.

Cabe ao Deus, só a ele sei que cabe,

Dizer que eu fique, ou, daqui eu saia.

Enquanto, vou versando o que vale,

Pois sendo de dom, poesia não falha...