Dama Gotejante
Surge fluente e galopante
Maturando as ideias
E a cada gota por instante
Na janela observa plateias.
De pronto molha o semblante
Alimentando o despertar
Engenhosa como viajante
Entra em cena num desaguar.
Nem sempre silenciosa
As vezes parece metralhar
Deixa a natureza viçosa
Águas se movem a escoar.
No inverno tem sua rotina
Bastante intensificada
Alguns saem de butina
E de capa estilizada.
Ela é um fenômeno comedido
Jamais ignora sua missão
Já o ser humano desmedido
Inunda por vaidade e compulsão.
Cadenciada e holística
Naturalmente translúcida
A chuva é uma dama pacífica
Que aos ouvidos ressoa música.
CarlaBezerra