O BREU DA NOITE
Izaías Veríssimo (Záias CastroVéris) - 29/08/2018
O “breu” da noite tem paz, tem harmonia
O “breu” da noite tem voz, tem melodia
Na calmaria ele fala, enquanto você cala
Cigarra canta, sapo coaxa, o grilo cricrila
O “breu” da noite tem encanto, tem beleza
Majestosa é a lua, mágicas e incontáveis, as estrelas
O “breu” da noite também, tem luz, tem festa
Da sua pupila, a luz Divina que ninguém contesta
Dos vaga-lumes o pisca-pisca de suas lanternas
O “breu” da noite tem sereno, tem cheiro de orvalho
Se a chuva cai, meu banco “me chama” lá na varanda
Sentado eu fico, refletindo ouvindo o bater dos pingos
Que vem do telhado do velho e amigo sobrado
Se tem frio rondando, se tem vento assoviando
Vou pra beira da lareira para um pouco aquecer
Ou logo pra cama agasalhar com quem me ama
Nutrir “nosso amor” que não pode morrer
O “breu” da noite tem proeza, tem surpresa
No repente de um relâmpago posso avistar lá adiante
O gado deitado ao relento no pasto verdejante
E o clarão reluzir lá longe na água da vazante
No “breu” da noite eu durmo, fortaleço, agradeço
No “breu” da noite eu ouço, eu ando, eu amo!