REMEDIO DO MATO

Hoje acordei afoito, estressado, meio chato, ao invés de estar como

sempre fui; sereno, pacato, divertido, assim me disse um amigo...

então já que com ninguém fiz trato, vou sair pelo mato, brincar de

novo de ser um menino, aventureiro e corajoso, quem sabe “malino”

pelo menos por hoje. Vou “pegar” um trieiro e mata adentro “a

ermo” vou zanzar, eu quero ver um calango correr, eu quero ver um

preá, um mico guariba com seu olhar matreiro de galho em galho

saltando a me observar; quero rodear um murundu, achar um

buraco de tatu, me invejar quando enxergar lá no ar a planar, um

baita “dum” urubu! Subir numa árvore bem alta até ao fim do seu

tronco, em sua copa floral chegar, olhar para cima sentir mais perto do céu, lá do alto descambar o olhar e avistar um regato; quero correr na areia com os pés descalços, mergulhar, nadar, saltar um pouquinho na água como se fosse um golfinho; Escalar um rochedo, brincar sem medo, correr, cansar, suar, depois me hidrato, tem coquinho azedo e

maracujá do mato, além de água de cacimba, fresquinha! Eu quero

divertir, fazer estripulia, me entregar a um cochilo numa cabaninha,

ficar bem tranqüilo como diz o mineiro: “beeem na miiiinhaa!

Záias Castro
Enviado por Záias Castro em 27/05/2020
Reeditado em 27/05/2020
Código do texto: T6959931
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