REMEDIO DO MATO
Hoje acordei afoito, estressado, meio chato, ao invés de estar como
sempre fui; sereno, pacato, divertido, assim me disse um amigo...
então já que com ninguém fiz trato, vou sair pelo mato, brincar de
novo de ser um menino, aventureiro e corajoso, quem sabe “malino”
pelo menos por hoje. Vou “pegar” um trieiro e mata adentro “a
ermo” vou zanzar, eu quero ver um calango correr, eu quero ver um
preá, um mico guariba com seu olhar matreiro de galho em galho
saltando a me observar; quero rodear um murundu, achar um
buraco de tatu, me invejar quando enxergar lá no ar a planar, um
baita “dum” urubu! Subir numa árvore bem alta até ao fim do seu
tronco, em sua copa floral chegar, olhar para cima sentir mais perto do céu, lá do alto descambar o olhar e avistar um regato; quero correr na areia com os pés descalços, mergulhar, nadar, saltar um pouquinho na água como se fosse um golfinho; Escalar um rochedo, brincar sem medo, correr, cansar, suar, depois me hidrato, tem coquinho azedo e
maracujá do mato, além de água de cacimba, fresquinha! Eu quero
divertir, fazer estripulia, me entregar a um cochilo numa cabaninha,
ficar bem tranqüilo como diz o mineiro: “beeem na miiiinhaa!