A Lua Virginal

Rezei, com crente, em teu sacrário

Deitei-me, em tua cama nupcial

Vociferei e brandei o adágario

P'ra contemplar teu branco virginal

Na tua neve alabastrina

O Sol e a Terra cantam.

A voluptuosidade de Messalina,

A todos os astros, encantam

Sei que está em suas essências

Sutis, plácidas, calmas...

Que a mais pura lactescência

Está na pureza das almas!

Não há em teu solo

As cruentas erisipelas;

Só há, em todos os pólos

Condores a adejar pelas estrelas!

Ao teu lado, circundam astros, naves;

Presas e em perpétuos gritos,

Com as súplicas das aves,

Hão abrir os teus alçapões infinitos!

Cardoso de Figueiredo
Enviado por Cardoso de Figueiredo em 05/05/2020
Código do texto: T6938408
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