IPÊ

Solitário.majestoso, erguê-se,

Nas entranhas da campina verdejante,

Qual relicário, que de longe vê-se,

Sua copa em flor, qual ouro refulgente.

Velho ipê, quando te balança o vento

E tuas flores espalha na relva macia,

Tristonho e solitário te olhando penso,

Nos bons tempos que o mundo me sorria.

Hoje choro, aquele tempo que passou,

E que saudade, daquelas tardes calmas,

Veio a primavera, e você brotou

E eu trago ainda o inverno n´alma

Em cada flor pálida que desabotoas,

É um longo soluço, um pranto amargo,

Quando ela partiu, eu não chorei à toa,

Sofro só as minhas noites de letargos.

Ah! velho ipê, amigo e companheiro,

Se soubesses como sofro esta agonia,

Que trago na boca o gosto do beijo primeiro,

Você de pena, talvez não mais floresceria.

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Pethrus
Enviado por Pethrus em 14/04/2020
Código do texto: T6917021
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