E a Amazônia chora fumaça!

Segunda feira tarde estranha de agosto

O dia virou noite, o céu escureceu

Não era lua de sangue, era sol cinza

"Dia do fogo" na Amazônia aconteceu

Florestas e matas ardendo em chamas

E enfim o Brasil percebeu.

Correntes no céu arrastaram a tristeza

Angústia da floresta levada pelo ar

Lágrimas em forma de fumaça

Um corredor no céu da América a desfilar

Do longínquo da floresta até a metrópole

Chegando a distância do nosso olhar.

O sofrimento que era silencioso

A floresta deu um jeito de gritar

Enviando sua mensagem

Para satélite no Espaço registrar

Sensibilizando o ser racional

Para a destruição cessar.

O que nos parecia tão distante

Nos assustou, atingindo a respiração

Esse foi o jeito que a floresta deu

De pedir socorro a essa nação

O que o noticiário não mostrou

A vida tocou em nosso coração.

Se há três anos mostrávamos ao mundo

O privilégio da nossa natureza

Com floresta dos atletas, coreografias

Exaltando a Amazônia e sua beleza

Hoje tentamos esconder a vergonha

Do desrespeito à nossa beleza.

Precisamos entender que a terra não é nossa

Que oxigênio não se vende enlatado

Que biomas não se compram

Que homem e natureza estão do mesmo lado

Que meio ambiente é santuário de vida

E não algo a ser derrotado.

Queremos enxergar nosso verde

Como país vivo e fecundo

Não queremos dia cinza e fumaça

Queremos respirar fundo

Que seja visto até do espaço

Nossa Amazônia como coração do mundo.

Tati Carvalho
Enviado por Tati Carvalho em 08/04/2020
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