Sou... a árvore!
Sou aquela que enchia essa terra
Que avistou as caravelas no mar,
Homens brancos, navegantes e colonos
Minha floresta vieram habitar.
Sou aquela que enriqueceu a coroa
Fui corante de tecido e tinta de escrever,
Sou a madeira que construiu a nação
E fez muita cidade nascer.
Sou aquela que deu nome a essa pátria
Que deu a cor mais viva à bandeira,
Sou o verde, o ruído, o frescor
Preciosidade da nação inteira.
Sou aquela que serviu de transporte
Fui charrete que carregou a nobreza,
Sou o trilho do trem que levou o ouro
E até hoje leva tanta riqueza.
Sou aquela que virou tábua pra abrigo
Que viu criança nascer e crescer,
Fui a lenha que acendeu o fogo
Pra cozinhar e no frio aquecer.
Sou aquela que dá frutos
Que mata a fome de toda a criação,
Sou abrigo do ninho e do joão de barro
Sou parque para o mico-leão.
Sou aquela que virou móvel
Sofá, armário, cadeira e mesa,
Estou no telhado que protege
No brinquedo que faz a surpresa.
Sou aquela que dá a borracha
A celulose que vira o papel,
Sou a embalagem, o livro, o lápis
A pipa que voa no céu.
Sou aquela que diverte a criança
Que no balanço se pendura,
Sou alimento e sustento
Sou o remédio, o chá, e a cura.
Sou aquela que protege o solo
Que segura enchente e cuida do rio,
Sou abrigo seguro e acalanto
Até do inseto que ninguém viu.
Sou aquela que se sustenta
Com água e sol purifica o ar,
Faz transbordar o oxigênio
Pra todo ser vivo respirar.
Sou aquela que enche os olhos e o coração
Com flor, perfume e delicadeza,
Sou o néctar que fabrica o mel
Sou aroma e cores de tamanha beleza.
Sou aquela que dá sombra fresca
Pro piquenique no quintal,
Sou coração gravado no tronco
Eternizando o amor do casal.
Sou aquela que todos procuram
Quando o sol na pele faz arder,
Sou a que ainda suplica
Pra na cidade sobreviver.
Sou aquela que pede socorro
No meio a concreto, pastos e plantações,
Sou a ÁRVORE e imploro cuidado
No Brasil, mais que em todas as nações.