NATUREZA
Cantam as flores da minha terra,
E as violas e as guitarras estão a dançar,
Lá fora uma criança está a chorar...
E no Mundo nos confins da guerra,
Enquanto o sol ruge como a serra,
E as fontes beijam as pedras,
E os passarinhos com as regras.
Lá vão fazendo os seus ninhos.
No céu, estava uma noite doce,
com um lutar da vida se então fosse.
E os seus ninhos de fé,
As ruas replectas de gente,
Os cafés nus, inf'lizmente.
E nós vamos vivendo o amanhã,
Enquanto a lua apaixonada,
Namora a terra de avançada,
E as nuvens de algodão....
Dormem na cama ou colchão.
E os sinos da minha aldeia,
tocam de afinados dlim...
Dlam ... E o Poeta com ideia,
faz uns versos que o rodeia,
E a Luz da lua cheia.
Assim com a perna cruzada,
Cantam as áves pra nada.
E cacareja o vento,
Salta p'ra cima o assento,
Enquanto dormem as ervas.
Enquanto tu t'enervas,
O Rio canta em beleza,
Mas o Mar muito nervoso,
Grita de terror em defesa,
Porque o quarto está teimoso,
Nos braços da ternura,
com mãos da madrugada.
E o horizonte também dura,
Num golpe duma enxada,
E as greves que tanto fura,
Neste universo tão amoroso.
LUÍS COSTA
25/10/2003