MEU CANTAR

Um doce trinado que escuto

É o canto de audaz sabiá

Bradando nas bandas de lá

Cantando, saudando a natura

Na terra vestida de luto...

Um lânguido nome que ecoa

É o nome de Deus soberano

É o grito de um pássaro insano

Bailando, dançando nos ares

Trazido no aroma que voa!

Um frouxido som que ressoa

Nas ondas revoltas do mar

Nas límpidas nuvens do ar

Correndo, pairando na altura

Nas asas do vento que atroa...

Sublime cantar que parece

A flor da saudade que nasce

Da bela oração mais fugace

Unindo casando os cantares

Deixemos que suba esta prece...

– Avezinha tão pequena

que com voz tão alta tu cantas

cantando em notas tão santas

escuta também meu cantar.

(Rio Grande-RS, outubro de 1938 )

Attilio dos Santos Oliveira
Enviado por Attilio dos Santos Oliveira em 19/03/2020
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