Roça
Na roça que é “bão”
Tem fartura de “montão”.
Biscoito morno
Na porta do forno.
Leite na hora, na maré mansa,
Tirado na vaquinha Esperança.
Quentinho,
Morninho.
No fim da tarde, na grama fresca,
Curtir a paisagem pitoresca.
Não tem barulho de cidade,
Nem mesmo notícias de calamidade.
Conta-se história de bicho papão,
Ouve o grito do gavião.
Na roça que é “bão”
Ir pescar com o amigo João.
Pegar o bagre,
Ficando alegre.
Vendo o embornal cheio.
De vez enquando, o João fala nome feio.
O cavalo pangaré
Corta o rio como uma maré.
Para comer um nova grama
E não se importa de atolar na lama.
A noite vai caindo serena.
O João lembra da sua morena.
Está em casa, enrolada em uma coberta fofa,
Que o espera para comerem uma sopa.