Écloga do Jardim Agreste
Os zéfiros nordestes chicoteiam em mim,
E fazem bailar os campestres arvoredos,
Trazendo consigo a doce loção do jasmim
E da floresta os etéreos segredos!
Oh! Que belo! Tão belo é esse jardim!
Tão doce é o sabor da sua fruta!
Ó candida! — A canção do Serafim —
Recitada ao pêssego, a doce drupa!
O lago translúcido resplandece à luz solar,
Fazendo brilhar os gansos e os peixes,
O rouxinol faz o timbre de sua canção ecoar,
E a música dança com a cor e os feixes!
O vergel, com mil lírios e orquídeas,
Trazem o arco-íris do céu à terra,
Trazem a festa, a beleza em cada pétala
Qual também as rosas e as alpínias!
Acolhedora e quente é a brisa do viridário
E imensa paz parece arder no coração,
A mansidão ressoa no arbóreo cenário
E uma quietude dos céus paira na viração!
A gardênia, e a lavanda lançam seus odores!
Fazendo-me desejar os inefáveis sabores,
A plenitude é tamanha que parece me tocar,
E sinto no peito a calmaria que está no ar!
Essa relva parece ser do Éden, ou de outro plano!
Pois evoca a beatitude, a mansidão e a pureza
É estranho? — Me sinto tão mais humano
Quando estou em meio à bela natureza! —
Gravatá, Pernambuco. 2020.